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Quem sou eu

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Sou a simplicidade casada com a verdadeira essência de um ser. Venho de uma família onde todos trazem e trouxeram em suas bagagens um código espiritual único e capaz de transformar palavras em frases complexas e simples, que ampliam horizontes e rompem barreiras. Sou filha do vento, da água, da terra e do fogo. Tenho minhas fases e mudo conforme a Lua. Sou a busca do exato, na medida disforme das coisas que vejo, e minha mente transcreve. Hoje criando este blog, mostrarei o que em gavetas escondia. Beleza, sinceridade, sede de transcrever o que minha alma sente ao se deparar com uma folha e um lápis, pois é desta forma que escrevo. Na simplicidade de um canto qualquer, mas com essência pura dos sensíveis.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

JURASTES AMOR...



Jurastes amor...
Respirasse meu ar
Roubasse as ilusões
Soltando nos ventos...
Terrenos agrestes
Este amor orquestra
Baladas e Blues

Noites incandescentes
Indecentes
Pleno gozo
Vida em dueto
Canções cantaroladas
Dança colada
Suando desejos
Transpirando sensações

Jurastes amor...
Confessasse paixão
Pecasse na traição
Trocando meu corpo,
Lençóis, quarto, canção

Jurastes amor...
Perdesse o encanto
Trocando meu amor
Por lábios de carmim
Colocando nos meus
Secura d’alma

Evidenciando
Jamais ter feito
Juras de amor...

quarta-feira, 17 de abril de 2024

O TEMPO PARA O TEMPO


O tempo é um ioiô de lembranças 
Rodopia feito pião de saudades 
Vem e volta o apelo de criança 
Sem deixar cair a esperança 
Das coisas boas que aprendi 
O tempo esconde-se no porão da vida 
Acordando sentimentos adormecidos 
Vagueia por lugares idos e vindos 
Sem fronteiras e horizontes 
O tempo para o tempo 
Quando a nitidez da visão é distante 
O tempo é relógio sem ponteiro 
Gira e da volta 
Pelo mundo inteiro 
Se o tempo se instala 
Na mente inquieta 
Saltita, pulando galhos 
Nas florestas desmatadas 
O tempo não perde tempo 
Quando soltamos boas gargalhadas

sábado, 13 de abril de 2024

CORAÇÃO POÉTICO


O coração de um poeta é uma mistura de variados ritmos

Vai do tango ao samba

Em passos miudinhos

Na boa ginga manda o recado

Que parceria é essa, compadre

Deixa qualquer romântica sem fôlego

Tiro o chapéu por sua maestria

Samba miudinho no teu compasso

Neste passo de bom sambista

No amor és afinado e requintado

Faz de mim a bailarina de sonhos

Segura estou em teus braços

Entrelaçada neste abraço

Se me perco ou me acho

Neste compasso...

De amor, alma e parceria

Não brinque com este coração

Parceiro

Depois que o Amor se instala

No coração quer abrigo

No teu colo descansar

Deixando as horas soltas

Nos desejos e na ânsia de te amar...

 

 

Vai que dá um samba, sabe lá.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

VITRAIS

Abro e fecho minhas asas
Santa ou pecadora...
Despojando de todos os pudores e amores
Atravessei o vitral da vida
Precipitando em cacos coloridos
Deflagram as lembranças de tudo e de todos...
Vitrais sublimes que transformam os dias em silêncio...
Suavizam os reflexos que dentro de mim exteriorizei
Calando diante dos soluços de sofreguidão
São vitrais pintados e moldurados
Erguidos em paredes enquadrando o espaço
Rabiscos azulados da minha intimidade de ser
Reflexos e respingos que aos poucos
Formaram os lindos vitrais
De muitos ais...



NA SOMBRA


Na sombra vivem
Os que não tiveram sorte
Pequenos e pisados
Os artistas sem glórias
As meretrizes
Os gigolôs
Os bêbados
E os humildes
Anônimos no mundo.
Na sombra multiplicam
Essa paisagem contínua.
A sombra dá os limites
Entre o que foi e o que é.
Anula aparências
Aproxima distâncias...
Na sombra nascem
As estrelas
As sementes
As idéias...
As músicas e a própria
Vida...

RETRATO DE MULHER


Refletida no espelho
Da vida
Vejo esta mulher
Com seus amores
Dissabores
Das desilusões
Vividas
Sufocou gritos
Amargurou tristezas
Soluçou de saudades
Brindou a felicidade
Conquistou espaços
Perdeu lugares
Foi substituída
Sobreviveu
Olhando um retrato
Amarelado
Surgiu idéias
Inovou
Deixando amontoado
O passado
Vez por outra
Remexe no álbum
Que retrata
Guardando
O que foi esquecido
Em um retrato
De mulher
Muitas vezes
Adormecido

terça-feira, 9 de abril de 2024

PENÚRIA


Marcas definidas pelo cansaço
É a penúria transpirando a cada dia
Não deixando faltar o sustento à família
Olhos lagrimejam pelo sofrimento do descaso de ser humilde
Desde o amanhecer ao anoitecer suas mãos calejadas suplicam um pouco de paz
Há sossego em suas noites com o corpo fadigado pelo sol escaldante
Na rede estendida
Batalhando para sobreviver, reza com fé.
Agradece com o coração em lamúrias
Sabendo que lá do alto tem um por que
São vidas que se arrastam na humildade e expiação
Aceitando a realidade dura
Na pele dorida, mãos em feridas, rosto enrugado de agonia.
Expressão de angústia nos olhos
Retratando um semblante cansado da própria vida...



Deixei o véu cair...



Neste véu lanço-me nas danças flamencas
Presa aos destinos... 
Sem desatinos...
Coberta pelo xale de organza
Deixo minha silhueta bailar de encantos
Percorro em instantes lugares desconhecidos
Olvidados, sobressaltando emoções.
Liberando o espetáculo, caminhando junto das caravanas.
Roupas bordadas em ouro, adereços e um cordão dependurado no pescoço.
Uma esfinge de madrepérola com figura de uma cigana
Os véus soltam-se nas danças, nos pares a se formar.
Um cigano entrelaça suas mãos nas minhas
Um encontro de vidas... Quem sabe...
Seus olhos significavam narrativa que na história caiu em esquecimento.
Deixei o véu cair, e um olhar refletiu na retina longínqua.
Uma história, revestida em várias vidas...
Um amor perdido nos olhos escondidos...
Do amor não vivido...